quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"A luz negra de um destino cruel... ilumina um teatro sem cor..."


Sempre só
Eu vivo procurando alguem que sofra como eu... também
Mas não consigo achar ninguém

Sempre só
A vida vai seguindo assim
não tenho quem tem dó de mim

A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou representando o papel
Do palhaço do amor

Sempre só
a vida vai seguindo
assim
não tenho quem tem dó de mim
e eu tô chegando ao fim

Eu tô chegando ao fim...
Eu tô chegando ao fim...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

The serpent and the pilgrim.

Havia um vasto deserto com vegetação seca e ventos fortes. No céu haviam nuvens negras que anunciavam a tempestade; porem tudo o que sempre caia eram raios e uma ventania que soprava tão forte que nada parava em pé. Jamais houve chuva com capacidade  de alimentar qualquer vestígio de vida que (como por um milagre) ainda se mantia naquele local.
O peregrino caminhava sem destino. Levado pelas circunstancias...
Caminhava desde sua mais velha lembrança. Era pobre, desgraçado e ignorante; mas por algum motivo ele caminhava, ainda que não soubesse para onde ir.
Formava-se então uma tempestade. Os raios caiam na terra, relâmpagos iluminavam o céu e o vento forte derrubava as árvores secas do local. O peregrino agarrava-se em espinhosas plantas rasteiras para não ser levado pela tempestade.
Mal caia água.
O peregrino perdia suas esperanças e pensava em soltar os ramos que o segurava em terra pois os espinhos lhe feriam gravemente as mãos.
Avistou então uma caverna, e movido por seu instinto de sobrevivência arrastou-se até o refugio.
Lá chegando, levantou-se e limpou o sangue de suas mãos em suas vestes.
Era um lugar escuro, úmido e pedregoso; com certeza o mais seguro em que já estivera.
Algum tempo se passou e logo surgiu a sensação de que estava sendo observado. Havia mais alguém  naquele lugar; era tão forte que quase dava para ouvir os batimentos cardíacos de seja lá o que for que lá estava.
Depois de criar coragem, ele olha para o lado e nada vê. A escuridão limitava demais sua visão.
Entretanto, houve aquele relâmpago que adentrou com sua luz no recinto revelando a face e o corpo da serpente de vinte metros e três mil dentes.
A naja encarava sua presa fixamente; e tudo o que o peregrino conseguia pensar naquele momento era no quão maldito podia ser aquele relâmpago que com sua luz anunciou-lhe sua morte.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É noite.

É noite.
Eu venho de algum lugar onde a neblina é densa...
Tudo o que sei é que, indiferente da situação que eu esteja vivenciando, a solidão parece mais intensa do que quando estou realmente sosinho...
Imagino que tal fato seja decorrente de ninguem conhecer aquilo que mal você conhece; aquilo que vive dentro de nós.
Estou sentado agora em um chão de concreto e há uma grama seca ao meu lado; vejo um exercito de formigas marchando diante de mim.
Sinto relativa paz com o silencio dessa pequena cidade. Vejo minha sombra tremer enquanto a lampada balança para todos os lados.
Sou incompleto em idéias, em formação imperfeito. Não há conceito que eu consiga manter e sou ciente desse meu mal... Porém, há algo que tem me deixado orgulhoso de mim mesmo é não retroceder à antigas crenças que certa vez foram respostas e que por ora não me dizem nada mais. Sinal que posso estar evoluindo ou que sou apenas folha seca levada pelo vento. Qualquer um destes pontos de análize deixa-me tranqulo.
Imaginei certa vez aonde se esconde a serenidade enquanto estamos aflitos, a passos do total desespero. Descobri então que é para cá que ela vem, para este chão de concreto... Não meu caro, não é somente um chão de concreto; este é o meu chão.
Ainda é noite; uma brisa fria bate em minhas costas e eu vejo a grama seca dançar enquanto sinto meus cabelos seguirem o mesmo ritmo. 
Que bela melodia podemos encontrar num preludio de tempestade...
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