sexta-feira, 22 de julho de 2011

Souvenir

Está satisfeita agora, Princesa do Cemitério?
Tornei-me mais um souvenir à você colocar na sua estante - Seu passado nostálgico.
Espero que esteja contente.
Daqui pra frente, irei enfeitar sua estante como um boneco.
Em minha base estarão marcados meu nome e nosso tempo juntos,
E estarei vestido com a minha prior roupa,
Usando o prior penteado, quem sabe minha barba não esteja feita pela metade?
Estarei fedendo como todos os outros bonecos que me cercam...
Estaremos lá, esperando pelos próximos souvenir's que você irá descartar...
E de mim só restarão as lembranças ruins,
Apenas os momentos onde não consegui dar o meu melhor,
Tudo para inibir o risco de qualquer futuro arrependimento.
Contudo, se ainda assim lhe bater esse sentimento, será tarde demais!
E nessas linhas me despeço de você, sigo com minha vida,
E você segue com sua casinha de bonecos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Espera.

Tudo é tão novo. Não é mais eu sizinho numa sala, não mesmo. Agora estou trabalhando no meio de uma multidão: Sorrindo. Alguns retrubuem o meu gesto, outros não. Ainda há aqueles que simplesmente olham pra mim com expressão de gratidão, contudo nada dizem. E isso me é o suficiente.
É um trabalho simples de se realizar, mas carrega algo que não sei explicar, um sentimento ruim. Pensar nele faz meu estomago reagir com um leve embrulho, apesar de meu desempenho nele estar na média. É um trabalho tão simplorio.
Estar sozinho é bom num sentido geral. Em partes,é uma droga - Em todas elas.
Não quero perder o que demorei tanto pra conseguir, mas por vezes sinto a base sólida que construi com meu sange e suor se desmanchar por baixo de meus pés.
O que fazer?
Esperar...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Reginam Noctis...

Rainha da noite,
Volte para mim... Não percebe que preciso de você?
A vida é vazia e sem sentido. Falta-me sua voz e seu cheiro.
Falta-me sua respiração. Desejo emoldurar minha vida numa pintura de seu sorriso... Desejo dar-te tudo o que precisar.
Contudo, ainda sinto que você irá jogar minha pretensão aos ventos... Numa certa ocasião, tu dançavas sobre meus olhos, e percebi que minha cegueira alimentava tua vaidade.
Porque, dama das trevas? Mata justo a mim que fui sua morada e proteção?
Partistes rumo a onde meus olhos não podem alcançar. Pensei que se lhe ensinasse, tu nunca me deixaria... Contudo, eu estava apenas dando-lhe asas para que voasse.
Desde que partistes, estou submisso à divina estátua da solidão... Contudo, abristes meus olhos às coisas ocultas e eu lhe ensinei como trabalhar seu destino.
Só peço lhe mais uma coisa: Leve-me ao lado escuro da floresta e deixe que a ignorância floresça novamente em meu espirito...
Só assim meu coração deixará você partir.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A sombra do baobá.


O trabalho é o que me consome...
Imaginem o quão maravilhosa seria a vida se pudéssemos tê-la somente para agradar nossos sentidos e necessidades mais primários?
Se eu ando por uma praça arborizada, e o vento fresco bate em meu rosto, eu sinto cada fio de cabelo em minha cabeça voar de acordo com o ritmo da brisa, e surge em meu peito uma paz que toma toda minha matéria somática.
Por vezes aprendo algo novo por meio de um texto escrito, ou pela simples observação de um acontecimento, e me vem a sensação de estar diante de um mundo novo.
Uma boa ação que faço ou que presencio me dá o sentimento de interação com o melhor do mundo.
O toque de uma bela mulher em meu corpo, ou a simples presença de quem amo me renova.
Uma boa refeição e o degustar de um bom vinho são fontes de um prazer raro que se sente ao realizar atividades necessárias à sobrevivência.
O simples despertar numa manhã ensolarada faz emergir de meu âmago um sentimento de gratidão por estar vivo. E eu me sinto especialmente grato em dias frios, chuvosos... A inspiração que me surge é predominante. A simples reflexão de um sonho que me ocorre me excita...
A complexa análise que faço sobre a não existência de um Deus e, ao mesmo tempo, sua presença em tudo o que me cerca - inclusive em mim - me deixa extasiado.
No entanto, o trabalho que é o recurso honesto que se tem para saciar suas necessidades básicas absorve toda a paixão que nelas reside. A vida é consumida pela monotonia do trabalho, o que era pra ser belo se torna mecânico... Não existem surpresas, presenciamos a morte do acaso e do inesperado diante de nossos olhos.
Se não há trabalho, eu mal sei que dia da semana estou; e, se a inércia me fosse permanente, eu acabaria esquecendo até a minha idade. E seria feliz, considerando admiravelmente proveitosa minha passagem pela vida... Apesar de nada ter construído no plano material, existiria uma riqueza incalculável em minha alma...
Todavia, vejo ainda atividades humanas dotadas de grande paixão que se tornam profissões; o musico por exemplo.
O pianista vive para a musica, e a musica habita seu espírito. Ele pode entrar em contato direto com Deus em seu silêncio interior... A melodia pode ser o caminho para se aproximar da Onipresença do Incriado. Entretanto, a rotina dominará seu amor, e logo lhe será tirado todo o animo de viver.
Tudo o que é planejado perde grande parte de sua emoção; tanto na alegria, quanto na tragédia.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Wake...

Cachorros: Sua vida se resume em comida e na atenção de seus donos. Não existem os "mas, porens, não obstantes, contudos, entretantos e todavias". É tão simples!
Agora eu me vejo numa situação que parece insoluvel. Como eu invejo os cachorros...
Dizem que certa noite eu fui possuido por um espirito. Não me lembro de nada.
Imagino que a morte não deve ser tão ruim... Apenas um sono profundo e eterno.
Sem o risco de você se engasgar com a propria saliva ou uma mosca pousar em sua boca. Um perfeito sono sem respiração e pulsação cardiaca.
Agora em minha vida tudo tem se invertido: Eu que era sozinho agora tenho alguém, tinha medo e agora estou seguro, era fraco e agora sou forte... Entretando, eu podia dar a vida, e agora eu a destruo.
Me sinto culpado por ter descoberto que em todo esse tempo eu apenas recebi e nada dei de mim. Mas espera! Eu dei sim, dei muito de mim...
Mas não serviu... De nada valeu...

segunda-feira, 14 de março de 2011

“Desvitimização” Indígena


“Desvitimização” Indígena

Desde o ensino de alfabetização, o brasileiro é educado para vitimar o índio, tanto que, à medida que chegamos à fase adulta escutar o termo indígena é trazer à memória uma série de conceitos impostos socialmente em que fundamentam a idéia de que os mesmos são dignos de piedade, já que nós, também descendentes deles, tomamos suas terras e roubamos sua cultura.
É perceptível que a realidade não retrata nossa linha de pensamento e sim uma relativa inclusão do indígena na civilização; o que ocorre de forma desigualitária.
Para que se realize uma análise que vise a “desvitimização” do índio no Brasil é necessário um retrocesso ao primeiro contato com os mesmos: A “descoberta” do Brasil.
Como já sabemos, a definição da palavra “descoberta” é algo que se descobriu; descobrimento, achamento; invenção, invento. Como poderia o Brasil ser descoberto se já haviam pessoas que o habitavam antes de 1500? Este é mais um ponto que reforça a idéia de vitimização do indio.
O índio é tido como aquele que perdeu sua terra e cultura para o homem branco. Contudo, neste estudo tomamos como objetivo apresentar outro viés sobre este assunto. Acreditamos que o índio, na história, teve maior participação no papel de influência do que no de vítima na História do Brasil. As palavras abacaxi, açaí, aipim, araponga, Goiás, Guarujá, Ipanema, Jundiaí, Paraíba, Paraná, mandioca, Sergipe, Uberaba e outras; todas tiveram sua origem na cultura indígena. Houve uma troca cultural em diversos outros fatores, como culinária, religião e até higiene pessoal.
Não obstante, o estereótipo continua ativo. A questão é: Por quê?
De uma forma geral, não seria injusto dizer que no Brasil não existem etnias. O brasileiro possui como principal característica a sua miscigenação, e dificilmente seria possível encontrar um indivíduo sem a menor influência genética de outras etnias. É certo também que todos nós temos influência tanto indígena quanto de outras culturas, o que os torna personagens importantes para a nossa história e parte integrante.
Além da questão cultural existe também o lado social que influencia para que tal vitimização seja promovida entre todos nós. O que queremos deixar explicito é que a ideia de que o índio é o injustiçado cultura-socialmente está equivocada. Existem diversos fatores que colocaremos em pauta neste documento, que comprovam que a “compensação” que o governo-sociedade tenta fazer aos nossos mais veteranos conterrâneos acaba por destruir sua cultura. Acreditamos seriamente que tais fatores devam ser colocados como pontos de análise e reflexão. São eles:

  • ·         O índio já foi completamente “contaminado” pelo capitalismo; tanto que as tribos contemporâneas fazem o uso de energia elétrica para TV, computadores, rádios, etc.
  • ·         A desculpa cultural é que os impostos são uma prática capitalista da civilização, mas os mesmos cobram pedágio para os que atravessam estradas próximas às suas terras.
  • ·         A sociedade se vê obrigada a respeitar o índio, o que causa uma desvalorização da lei e supervalorização da cultura indígena, que desrespeita a nossa.
  • ·       O índio nunca foi escravo como muitos julgam; o sistema de trabalho era escambo. As trocas eram pelo que ambos os negociadores almejavam.
  • ·         Se a civilização é uma ameaça à cultura indígena, deveria ser desrespeitoso com eles mesmos aceitar o sistema de cotas em universidades como Unimontes, UFAM e outros, já que, a cultura deles é totalmente anti-capitalista e distinta da nossa.
  • ·         O índio, culturalmente, caça, o que não corresponde à realidade, já que os mesmos fazem compras.
  • ·         Muitos índios, como os Tupis, negociavam armas e apoio para a conquista de tribos rivais com os europeus no período de colonização do país.
  • ·         Em jornais televisivos como Jornal Nacional é possível assistir, vez ou outra, pessoas sendo seqüestradas e mantidas sob cativeiro afim de que com isso consigam dinheiro e/ou algum beneficio.
  • ·         O Brasil é constituído por indivíduos multi étnicos com a presença de sangue indígena em suas veias, logo, os direitos daqueles que se proclamam “vitimas” não deveriam ser diferentes dos demais, pois, culturalmente, vitimas devem ser compensadas.
  • ·         Em protestos, os índios aparecem completamente caracterizados, todavia, no dia-a-dia se vestem como pessoas normais de nossa cultura, como homens e mulheres num dia de domingo.
  • ·         O ultimo pedaço de terra requerido pelos índios sob a acusação de terem sido roubadas foi no Acre. Um pedaço de terra cheio de pedras preciosas.
  • ·         Em 2010, edições da Veja e Superinteressante, desmascararam sistemas em que o índio requeria terras como “suas” e as vendiam com um alto custo para fazendeiros próximos de suas regiões.
  • ·         Os índios exigem igualdade entre aspas, pois no final das contas, a igualdade proposta só tem igualdade para os mesmos, em que a civilização está abaixo deles devido à desculpa de que estes se desenvolveram até o atual ponto nas costas do índio.

Existem milhares de outros fatores não colocados nesta oficina que poderiam influenciar mais ainda na desvitimização do índio na sociedade.
Baseando-nos nesses pontos de reflexão poderemos chegar à conclusão que o índio está tão interado na sociedade e em nossa cultura quanto qualquer um de nós. O índio contemporâneo é um capitalista, por assim dizer. Então, não há diferenças entre culturas, etnias e qualquer outro fator social que seja extraordinariamente maior do que as que já temos no Brasil.
O Brasil é um país de muitas culturas e todas vivem em igualdade. Por que deveria ser diferente com a cultura indígena? Somos todos iguais, uma só cultura e um só povo: O brasileiro.

terça-feira, 8 de março de 2011

Reflexão noturna.

Os fatores nos cercam,
E seguimos eles cegamente... Não existe passado.
Nunca tivemos outras ideias... Nunca morreriamos por algo que não seja o que acreditamos agora.
Contudo, em algum lugar do seu ser: Lá está! Suas antigas crenças, sua antiga doutrina lhe faz falta...
E você descobre que "Caminhamos todos para a evolução" é uma mentira. Sim, o ser humano regride.
Por mais desenvolvidos que sejamos, ainda podemos chegar ao fundo do poço. O espiritismo está errado.
Um homem que sonha... Uma vida que segue por novos horizontes... A luz da noite que adentra em sua casa... Tudo, Deus está em tudo! E está em nada... Deus não existe, ele é presente. Tão presente quanto nossas velhas ideologias que tentamos esconder...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Som do Silêncio...

Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar contigo novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a auréola de uma lamparina de rua
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam
Ninguém ousou
Perturbar o som do silêncio

"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"
O silêncio como um câncer que cresce
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar
Tomem meus braços que eu posso lhes estender"
Mas minhas palavras
Como silenciosas gotas de chuva caíram
E ecoaram no poço do silêncio

E as pessoas curvaram-se e rezaram
Ao Deus de néon que elas criaram
E um sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estavam se formando
E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações"
E sussurraram no som do silêncio...
 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Long As I Can See The Light"

Composição: John Fogerty
Creedence Clearwater Revival
 
Coloque uma vela na janela
Pois eu sinto que devo ir
Apesar de estar indo embora
Eu voltarei logo para casa
Enquanto eu puder ver a luz
Arrume minha mochila e vamos andando
Pois estou destinado a vagar por um tempo
Quando eu tiver partido, você não terá que se preocupar por muito tempo
Enquanto eu puder ver a luz

Acho que tenho aquele velho espírito aventureiro
Pois este sentimento não me deixa em paz
Mas eu não vou perder meu caminho, não
Enquanto eu puder ver a luz

Sim! Sim! Sim! Oh, sim!

Coloque uma vela na janela
Pois eu sinto que devo ir
Apesar de estar indo embora
Eu voltarei logo para casa

Enquanto eu puder ver a luz
Enquanto eu puder ver a luz
Enquanto eu puder ver a luz
Enquanto eu puder ver a luz
Enquanto eu puder ver a luz
eu amo minha namorada e siu mto gostoso

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Prece.

- Por vezes sinto como se estivesse sozinho, Senhor. Parece que sua misericórdia não chega até mim por meio algum. Sou cristão praticante, estou em dia com minhas ofertas ao templo; porém... Tudo parece vazio!
Eu por vezes eu me vejo de mãos atadas em relação à minha vida. Minha esposa e meus filhos ainda olham desconfiados para mim (estou certo de que o que digo não é apenas imaginação!) e estou conformado com a idéia de que logo serei deixado por eles... Não tenho pra onde ir Senhor!
Agora não tenho renda alguma e estou vivendo às custas de amigos. Eles dizem "Tudo bem, isso é um momento dificil e nós vamos te ajudar!", porém eu vejo a paciência e a boa vontade deles se esvaindo gradativamente a cada dia que passa.
Onde está sua justiça, Senhor? O que fiz para merecer tal castigo? Aonde queres chegar com estas provações?
Sinto como se estivesse me testando; como se quisesse conhecer os meus limites... Quer ver até onde eu vou sem me entregar, sem desistir de minha existência? Me responda!! Não és tu o Onipotente? Mal consegue dar-me uma resposta, uma explicação que seja... Andas ocupado demais Senhor para dar qualquer atenção para algo tão insignificante quanto seu filho miserável aqui?
Oh senhor, eu retiro o que disse! Não me sinto sozinho, EU ESTOU SOZINHO!!
E me pergunto ainda por que ainda oro, frequento a igreja, tenho uma familia cristã... Sou um covarde! -

E o homem se levanta a sai da capela, sem ter pra onde ir.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"A luz negra de um destino cruel... ilumina um teatro sem cor..."


Sempre só
Eu vivo procurando alguem que sofra como eu... também
Mas não consigo achar ninguém

Sempre só
A vida vai seguindo assim
não tenho quem tem dó de mim

A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou representando o papel
Do palhaço do amor

Sempre só
a vida vai seguindo
assim
não tenho quem tem dó de mim
e eu tô chegando ao fim

Eu tô chegando ao fim...
Eu tô chegando ao fim...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

The serpent and the pilgrim.

Havia um vasto deserto com vegetação seca e ventos fortes. No céu haviam nuvens negras que anunciavam a tempestade; porem tudo o que sempre caia eram raios e uma ventania que soprava tão forte que nada parava em pé. Jamais houve chuva com capacidade  de alimentar qualquer vestígio de vida que (como por um milagre) ainda se mantia naquele local.
O peregrino caminhava sem destino. Levado pelas circunstancias...
Caminhava desde sua mais velha lembrança. Era pobre, desgraçado e ignorante; mas por algum motivo ele caminhava, ainda que não soubesse para onde ir.
Formava-se então uma tempestade. Os raios caiam na terra, relâmpagos iluminavam o céu e o vento forte derrubava as árvores secas do local. O peregrino agarrava-se em espinhosas plantas rasteiras para não ser levado pela tempestade.
Mal caia água.
O peregrino perdia suas esperanças e pensava em soltar os ramos que o segurava em terra pois os espinhos lhe feriam gravemente as mãos.
Avistou então uma caverna, e movido por seu instinto de sobrevivência arrastou-se até o refugio.
Lá chegando, levantou-se e limpou o sangue de suas mãos em suas vestes.
Era um lugar escuro, úmido e pedregoso; com certeza o mais seguro em que já estivera.
Algum tempo se passou e logo surgiu a sensação de que estava sendo observado. Havia mais alguém  naquele lugar; era tão forte que quase dava para ouvir os batimentos cardíacos de seja lá o que for que lá estava.
Depois de criar coragem, ele olha para o lado e nada vê. A escuridão limitava demais sua visão.
Entretanto, houve aquele relâmpago que adentrou com sua luz no recinto revelando a face e o corpo da serpente de vinte metros e três mil dentes.
A naja encarava sua presa fixamente; e tudo o que o peregrino conseguia pensar naquele momento era no quão maldito podia ser aquele relâmpago que com sua luz anunciou-lhe sua morte.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É noite.

É noite.
Eu venho de algum lugar onde a neblina é densa...
Tudo o que sei é que, indiferente da situação que eu esteja vivenciando, a solidão parece mais intensa do que quando estou realmente sosinho...
Imagino que tal fato seja decorrente de ninguem conhecer aquilo que mal você conhece; aquilo que vive dentro de nós.
Estou sentado agora em um chão de concreto e há uma grama seca ao meu lado; vejo um exercito de formigas marchando diante de mim.
Sinto relativa paz com o silencio dessa pequena cidade. Vejo minha sombra tremer enquanto a lampada balança para todos os lados.
Sou incompleto em idéias, em formação imperfeito. Não há conceito que eu consiga manter e sou ciente desse meu mal... Porém, há algo que tem me deixado orgulhoso de mim mesmo é não retroceder à antigas crenças que certa vez foram respostas e que por ora não me dizem nada mais. Sinal que posso estar evoluindo ou que sou apenas folha seca levada pelo vento. Qualquer um destes pontos de análize deixa-me tranqulo.
Imaginei certa vez aonde se esconde a serenidade enquanto estamos aflitos, a passos do total desespero. Descobri então que é para cá que ela vem, para este chão de concreto... Não meu caro, não é somente um chão de concreto; este é o meu chão.
Ainda é noite; uma brisa fria bate em minhas costas e eu vejo a grama seca dançar enquanto sinto meus cabelos seguirem o mesmo ritmo. 
Que bela melodia podemos encontrar num preludio de tempestade...
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