segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Obsessed Souls...

Era uma dama integrante da massa burguesa,
Vivia sozinha numa antiga mansão ao lado da igreja.
Sua fama era reflexo de sua riqueza.
As gárgulas da entrada espantavam quem quer que seja.
Ela conhecia o segredo - que mais tarde tornara-se doutrina.
Sabia da influencia de quem já partira na vida dos que ainda se encontram encarnados.
Sabia que tudo estava ligado à alguma força ligada ao seu passado.
Seu patrimônio era resultado de seu controle sobre aqueles espíritos opressores;
Os grandes comerciantes a procuravam para acertar contas com seus opositores.
Tudo o que havia a fazer era o pedido aos desencarnados que lhe seguiam.
Logo os inimigos de seus clientes decaiam.
As frases feitas, velas e cortinas não passavam de adereços,
E para cada alma obcecada havia um preço...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Communication Breakdown

Ela limpa o semen que escorre no canto de sua boca e desce as escadas. Seu celular toca e ela atende com um sorriso malicioso.
Do outro lado da linha uma voz calma diz "Estou chegando". Ela estava correndo nua e tropeça em seu próprio salto no 6º degrau da enorme escada. Qualquer barulho foi abafado pelo som do entiado que continuava ligado.
...
Há 5 anos atrás a historia se inicia.
Aquela familia estava vazia desde a morte da esposa e mãe. O pai era um burguês conhecido em toda região e em grande parte do estado vizinho. O filho tinha 11 anos de idade.
Uma grande parceria estava prestes a ser realizada entre a empresa que o pai trabalhava e uma renomada firma internacional.
Existia uma intermediadora americana entre as empresas. Foi um jantar com direito à musica e pratos flambados.
O vestido vermelho da mulher deixava a mostra o meio das suas coxas e seus joelhos. O pai não conseguia desviar sua atenção à mais nada que não fosse a imagem daquela mulher.
A intermediadora encantara aquele homem de forma que se uma tourada adentrasse aquele restaurante ele sequer tremeria sua pupila à outra direção que não fosse a do físico daquela mulher. Ele que sempre foi um homem discreto, que prezava a moral não conseguia pensar em outra coisa que não fosse ter aquela ninfa nua, junto ao seu corpo.
Foi embora calado e suava frio. Alternava o foco de sua visão entre a estrada e o visor do celular que exibia o numero dela.
Semanas passaram e ele então ligou. O contrato já havia sido fechado; mas a unica desculpa que ele pode encontrar foi que havia uma cláusula que ainda devia ser revisada. Ela propôs um encontro em seu apartamento. O jovem garoto viu seu pai se arrumar novamente, depois de tanto tempo da morte de sua mãe. Ele se despede de seu filho e sai.
Ao chegar ao prédio ele pega o elevador e sobe até o andar de sua musa. Antes que pudesse bater a porta se abriu e lá estava ela, enrolada em uma minúscula toalha e perguntando:
-Porque demorou tanto? -
Logo ela beijou e guiou o empresário até sua banheira, onde despiu-o e logo deixou que enfim ele tomasse seu corpo em beijos, mordidas, suspiros e força.
Passaram-se 4 anos. Quatro de um segredo que foi quebrado com o anuncio do casamento.
Foi uma surpresa pra todos os parentes e amigos, mas sobretudo para o seu filho. O garoto tornara-se um rapaz frio consigo e com todos os outros devido à ausência de seu pai.
Um jantar para apresentação da madrasta ao enteado. A antipatia do rapaz quanto a mulher era exposta de forma indiscreta; desde o semblante de paisagem que fizera ao comprimento inicial até o momento onde deixa cair - sem que o pai possa notar - um talher em seu decote.
O rapaz se retira do restaurante e vai pra casa de forma rude. O pai desapontado resolve dar uma lição em seu filho, até que sua noiva interveio:
- Não maltrate-o... Ele ainda não sabe como lidar com a idéia de ficarmos juntos amor. Se eu pudesse prova-lo que não quero tomar o lugar da mãe dele, estou certa que as coisas seriam diferentes. -
- O que você tem em mente? -
- Conversar com ele, explicar tudo, colocar as cartas na mesa. Dê-me a chave da casa e deixe-me ir até lá dialogar com ele! -
- Hum... - Refletiu o ingênuo empresário. - Tudo bem. Mas e eu, vou junto? -
- Não. Dê uma volta e volte mais tarde, tenho certeza que com meus argumentos ele se acalmará. - Retrucou a madrasta.
O empresário deixou-a na porta de sua casa e foi até o cinema do outro lado da cidade.
Ela entra na casa e sobe as escadas. Abre a porta do quarto do rapaz, que dorme nú.
Acaricia as costas dele, que logo se vira assustado:
- Que você faz aqui? - Gritou o jovem, sem entender quase nada.
- Vim lhe perguntar se não vai pegar o talher que deixaste em meus seios... - Respondeu a mulher, tirando a blusa e deixando a mostra seus seios fartos apertados por uma langerie vermelha e uma pequena colher perdida no meio daquela paisagem.
O rapaz tira o talher e entrega a mulher:
- Satisfeita? - Indagou ele, em tom malicioso.
- Não sou tão fácil de satisfazer, garoto! - Respondeu ela enquanto montava sobre o garoto e guiava seu membro rijo em direção ao seu sexo, que já estava encharcado de desejo.
No outro dia o rapaz levantou-se aos sorrisos e disse ao pai que abençoava sua união com a madrasta.
Casaram-se. O triângulo amoroso estava firmado. Os encontros entre a madrasta e o enteado eram costumeiros, já que o empresário estava mais em viagens do que em casa.
Certo dia, a madrasta propõe um banho de lábios no rapaz. Ele liga o som no último volume e deita na cama. Depois de deixar seu gosto na boca da ninfa, ele explode de vez.
Ela limpa o semen que escorre no canto de sua boca e desce as escadas. Seu celular toca e ela atende com um sorriso malicioso.
Do outro lado da linha uma voz calma diz "Estou chegando". Ela estava correndo nua e tropeça em seu próprio salto no 6º degrau da enorme escada. Qualquer barulho foi abafado pelo som do entiado que continuava ligado.
A morte da madrasta foi apenas outra passagem negra na vida da familia. O caso entre o jovem e a mulher jamais fora descoberto. A vida seguiu de acordo com seu rumo natural.
O rapaz terminou o colegial e foi para a faculdade. O empresário casou-se novamente.
Houve outro jantar para a nova esposa. Houve novamente certa recusa do jovem.
Outra vez houve um acerto de contas entre madrasta e enteado.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

What's Up? - 4 Non Blondes.


Vinte e cinco anos e minha vida está imóvel
Estou tentando subir aquela grande colina de esperança
Por um destino
Eu percebi rapidamente quando soube que
Aquele mundo era feito por esta
Irmandade dos homens
Seja lá o que isso signifique

E então eu choro algumas vezes quando estou deitada na cama
Apenas para excluir tudo o que está em minha cabeça
E eu, eu estou me sentindo um pouco peculiar

E então eu acordo pela manhã e saio lá para fora
E eu tomo um fôlego profundo
E eu me elevo
E grito a plenos pulmões
O que está acontecendo?

E eu canto hey-yeah-yea-eah, eah hey yea yea
Eu disse hey! O que está acontecendo?
E eu canto hey-yeah-yea-eah, eah hey yea yea
Eu disse hey! O que está acontecendo?

E eu tento, oh meu Deus como eu tento
Eu tento o tempo todo
Nesta instituição
E eu rezo, oh meu Deus como eu rezo
Eu rezo a cada dia comum
Por uma revolução

E então eu choro algumas vezes quando estou deitada na cama
Apenas para excluir tudo o que está em minha cabeça
E eu, eu estou me sentindo um pouco peculiar

E então eu acordo pela manhã e saio lá para fora
E eu tomo um fôlego profundo
E eu me elevo
E grito a plenos pulmões
O que está acontecendo?

E eu canto hey-yeah-yea-eah, eah hey yea yea
Eu disse hey! O que está acontecendo?
E eu canto hey-yeah-yea-eah, eah hey yea yea
Eu disse hey! O que está acontecendo?

Vinte e cinco anos e minha vida está imóvel
Estou tentando subir aquela grande colina de esperança
Por um destino...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lembranças de morrer.

LEMBRANÇAS DE MORRER
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.

Álvares de Azevedo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Homo Sapiens.

O ser humano é pobre e dotado de um desnecessário pudor.
Cala-se, e posteriormente fala até que os lábios peguem seu embalo e, seguindo a lei de Newton,
Não possam mais parar.
O ser humano é dotado de puro silêncio e depressão.
Somos lixo, sabemos disso e gostamos.
Somos lixos e até somos felizes, mas não fazemos idéia da proporção de quão ruim isso pode ser.
Quando tomamos consciência de nossa inferioridade interior, resta-nos somente o desejo de morrer, pois ainda que seja só por um segundo, nós nos descobrimos já podres logo ao nascer.

Análize Pessoal.

Exaustão e silencio...
Tudo que me restou. Enfim, houve aquele instante onde eu pude dizer a mim mesmo tudo que tem me engasgado durante toda a minha existência. Todo ódio e revolta contra o mundo que tanto me feriu seriam amortizados naquele momento. Todas as cicatrizes que Deus e o Diabo me deixaram seriam então apagadas.
Era meu desabafo e eu iria purificar-me naquele mesmo minuto:
Porem; nada pude dizer.
De frente com minha imagem eu não consegui dizer.
Estava demasiadamente acabado para pensar em qualquer prestação de contas. Eu vi um homem  morto interiormente.
E em nada poder dizer, senti-me duplamente derrotado.
Quando me virava para regressar à minhas dores, ouvi uma única frase de minha consciência, frase essa que marcou-me desde que comecei o processo de auto-conhecimento.
Ela disse: "Perdoe-me!".

Dissertação sobre a existência de Deus...

Hoje trago-vos uma boa notícia
Deus não existe
Ou, pelo menos, não existe
Tal como os sacerdotes o inventaram
Procurei-o por toda a parte
Nas cidades, nos palácios, nos muceques,
Nas favelas e em todos os bairros da lata
Procurei-o por montes e vales
Na infinidade do Céu e da Terra
Nas intimidades da natureza humana
E não o encontrei
Nem a matéria o revelou
Assim como não tropecei

Nas asas de um qualquer arcanjo
A arengar as palavras divinas
Também não me apareceu no Sinai
Embora eu tivesse levado as tabuinhas
A gruta de Meca estava interdita aos infiéis
E já nem foi preciso ir a Jerusalém
Visitar o Muro, o Sepulcro
E o Pátio das Mesquitas
Na esperança de provar a sua existência
Ali só iria sentir o cheiro intenso dos incensos
E o ódio em todas as bocas
Nas horas das lamentações
E no coro de todas as orações.


Alexandre de Castro

Poesia Suicida.

Grace

Há uma Lua questionando permanência
Longa demais às nuvens pra eu voar 
Bem... é a minha hora chegando

Eu não tenho medo de morrer
Minha voz fraca entoa o amor
Mas ela chora ao estalo do Tempo

Oh, tempo.
Aguardando no fogo

E ela chora no meu braço
Caminhando ao brilho das luzes na aflição

Ah, beba um pouco de vinho. Ambos devemos ir amanhã
Oh, meu amor
A chuva está caindo e eu acredito que a hora está chegando
Me lembra uma dor que eu devia ter esquecido
Aguardando no fogo
E eu sinto eles afundarem meu nome

Tão fácil de saber e esquecer com esse beijo
Eu não tenho medo de ir,
Mas estou indo lentamente...

Jeff Buckley

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ensandecer.

Céu cinzento, escuridão.
Paredes jorram sangue e podridão,
Algo se contorce em minhas entranhas;
O demônio é somente mais um jogador.


O final está proximo da loucura...
Da loucura...
O final está proximo da loucura...
Da loucura...

A loucura é só o começo;
A dor lhe perseguirá do principio ao fim.
Note: Seus olhos estão se revirando;
Tudo está trêmulo e fechando sobre você.
Vi passar uma vida inteira num único segundo;
Logo soube que Deus nunca foi juiz de nada.

O final está proximo da loucura...
Da loucura...
O final dos outros é a loucura...
A loucura...

Todos estão aqui tentando sobreviver,
A morte não oferece o perdão para se dormir em paz...
Não há saídas, não há esperanças...
Posso até ouvir meus ossos quebrando
Com todo este céu caindo sobre meus ombros.

O final está aqui, estou louco...
Estou louco...
A morte é o inicio de tudo (o final do principio)...
Estou morto, estou louco...

A loucura está sozinha comigo:
Presos em uma sala, sem portas ou janelas.
Vejo ela chorar por querer sair;
Ela não pode me suportar...
Oh morte, por que foges de mim?

Louco... Ensandecido?
Louco... Ensandecido?
Louco... Ensandecido?
Louco... Ensandecido?
Louco... Ensandecido?
Louco... louco...
louco... lou... co.. l .. louc... c ... ouco... Louco!
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