quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

The serpent and the pilgrim.

Havia um vasto deserto com vegetação seca e ventos fortes. No céu haviam nuvens negras que anunciavam a tempestade; porem tudo o que sempre caia eram raios e uma ventania que soprava tão forte que nada parava em pé. Jamais houve chuva com capacidade  de alimentar qualquer vestígio de vida que (como por um milagre) ainda se mantia naquele local.
O peregrino caminhava sem destino. Levado pelas circunstancias...
Caminhava desde sua mais velha lembrança. Era pobre, desgraçado e ignorante; mas por algum motivo ele caminhava, ainda que não soubesse para onde ir.
Formava-se então uma tempestade. Os raios caiam na terra, relâmpagos iluminavam o céu e o vento forte derrubava as árvores secas do local. O peregrino agarrava-se em espinhosas plantas rasteiras para não ser levado pela tempestade.
Mal caia água.
O peregrino perdia suas esperanças e pensava em soltar os ramos que o segurava em terra pois os espinhos lhe feriam gravemente as mãos.
Avistou então uma caverna, e movido por seu instinto de sobrevivência arrastou-se até o refugio.
Lá chegando, levantou-se e limpou o sangue de suas mãos em suas vestes.
Era um lugar escuro, úmido e pedregoso; com certeza o mais seguro em que já estivera.
Algum tempo se passou e logo surgiu a sensação de que estava sendo observado. Havia mais alguém  naquele lugar; era tão forte que quase dava para ouvir os batimentos cardíacos de seja lá o que for que lá estava.
Depois de criar coragem, ele olha para o lado e nada vê. A escuridão limitava demais sua visão.
Entretanto, houve aquele relâmpago que adentrou com sua luz no recinto revelando a face e o corpo da serpente de vinte metros e três mil dentes.
A naja encarava sua presa fixamente; e tudo o que o peregrino conseguia pensar naquele momento era no quão maldito podia ser aquele relâmpago que com sua luz anunciou-lhe sua morte.

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