quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

The diary of Mr. Silence - 2

Depressão.
 Palavra de grande peso quando o assunto é o convívio social.
Todos nós temos nossos momentos onde os cobertores e a solidão é o pacote que reconhecemos como paraíso.
E todos querem o paraíso. Não sei se consigo perdoar completamente. Há vezes que eu fecho os olhos e imagino-me num campo verde e fresco, estou sozinho com a brisa batendo em meu rosto. Estou tranqüilo, longe. Estou em paz.
Por vezes percebo que a vida lhe dá duas opções diante de sua crueldade: Render-se aos seus golpes ou limpar sua cara e seguir em frente.
Rendo-me temporariamente, mas sigo adiante. É o que exige a independência.
Ouvi falar que quanto mais se sofre por algo, mais se é perseguido. Ninguém suporta ver certo sucesso da parte de alguém.
Silencio-me. O silêncio tem grande peso quando o assunto e manter-se de pé diante de seus superiores. Por dentro eu morro.
Agora, eu não queria um campo com brisa fresca ou toda aquela poesia. Só queria minha cama, meus cobertores, meus travesseiros, meus seriados. A janela fechada... Estaria sozinho. Tão simples e perfeito quanto inalcançável momentaneamente.
Para mim, isso é quase um sonho.
Queria o simples estado de inércia, em silencio ali naqueles cobertores.
Dentro daquele quarto trabalharia um mundo inteiro na minha cabeça.
Como acontece agora.
Oh; Deus.
Sei que sou demasiadamente falho com vossa onipotência, mas poderia deixar-me sozinho agora? Deixe-me livre de meus irmãos somente por hoje. Preciso recarregar-me pai.
Aquela voz me dá vontade de chorar.
Eu não sei lidar com isso sozinho; tudo o que conheço e sinto é meu instinto de sobrevivência que diz “Fuja!”.
Eu quero fugir.
Pai, não permita que eu sofra mais hoje.
Não me castigue com essa vida social... Ela está me definhando.
Ela desperta minha depressão.
Tomemos por base os gatos.
Eles são rápidos, mas não possuem grande resistência física. De certa forma, são até frágeis. Eles são independentes, ainda que precisem de seus donos. São jogadores.
Por vezes ouvi dizer que gatos não têm sentimentos, não são capazes de sentir amor ou algo parecido. Acho que amam a si próprios demais para amarem algo da segunda ou terceira pessoa.
Dormem durante todo o dia e não conseguem dormir a noite. São caçadores, encontram algo que lhes chama atenção e seguem até que aquilo esteja preso entre suas garras e dentes. E não é tão simples, quase nada do que os gatos se interessam são coisas que atrairiam o interesse de outro animal.
Julgo-me parecido com o gato neste contexto.
E eu vivo como se fosse um cão, ou um cavalo... Mas não um gato.
Trabalho demais e assumo uma posição de fidelidade que não é minha.

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