quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pesadelo.

Eu subia uma rua semi-iluminada com arquitetura semelhante à veneziana. Eu parecia estar com roupas antigas - um sobretudo preto, botas de couro - e passava por aquelas esquinas como se eu conhecesse tal lugar e soubesse bem aonde eu queria chegar; porem, não lembro-me de nenhum lugar parecido, nem em qualquer outro sonho.
Certo momento escutei o grito de sua mãe, um grito seco e desesperado, como se a estivessem cortando lentamente em pedaços. O grito vinha de uma casa de arquitetura gótica, com torres e detalhes e nesse momento as coisas ao meu redor ficaram mais escuras. Os gritos de sua mãe vinham do 3° andar, e eu fui chegando numa janela qualquer onde irradiava uma luz verde.
Ao colocar minha cabeça na janela, eu vi minha amada levitando sobre a sua cama, estava nua e havia uma mulher abaixada em frente aos pés da cama, tinha a aparência de sua mãe e fazia uma espécie de oração ou ritual, onde ela estendia as mãos sobre a filha e guardava-as em seu peito, como se tirasse alguma energia ou algo do gênero e jogasse sobre a jovem que levitava sobre a cama. Minha amada subia e descia lentamente e eu via seus cabelos dançarem no ar, ignorando qualquer conceito que a física tinha sobre gravidade. Das mãos da velha - que tinha a aparência da mãe - eu senti irradiando uma energia muito negativa e delas vinha a iluminação verde. Enquanto era feito o ritual eu pude escutar o nome da filha ser gritado com um desespero crescente no 3° andar.
Diante de cena tão inesperada eu senti um grande temor e algo dizia em mim "É tudo real!".
Senti que ia desmaiar e comecei a cair lentamente.
Ela disse-me: Que bom que você veio! Eu já esperava por você.
Então senti que desabaria no chão nesse instante, e a velha disse: É mentira!
Senti uma força maior puxando-me de volta para que eu ficasse em pé sobre minhas pernas.
Quando pude retomar minha posição vertical, olhei de volta pra minha amada e ela sorriu pra mim com um ar de "Pensa que me engana?" enquanto ainda levitava sobre sua cama, e eu temi mais ainda.
Depois de algum tempo, os gritos do 3° andar cessaram e a velha feiticeira sumiu.
Minha amada caiu sobre a cama em um impacto forte e eu pude ver a cama quebrando em mil pedaços (como quem cai sobre uma mesa de vidro) enquanto ela saia do transe aos poucos. Nesse momento senti uma força tragando-me em um túnel que me levara pra longe daquele lugar. A ultima coisa que me lembro é de acordar sentado na minha cama, encharcado de suor e segurando o meu edredom como se fosse alguém a quem eu quisesse matar asfixiado.
Olho pra minha janela e vejo um vulto de um homem, uma sombra pra ser mais especifico. Ele sai correndo e eu ainda posso vê-lo olhando fixamente para mim, como se estivesse jogando cada segundo do pesadelo em minha cabeça.

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